quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cahora Bassa um ano depois da sua venda a Moçambique

In "Expresso":

O Songo, vila do distrito de Tete em Moçambique onde se encontra sedeada a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), acordou de madrugada para as comemorações do primeiro aniversário da reversão da Barragem para o Estado moçambicano.

Um carregado programa de festejos com diversas inaugurações e o tradicional comício com representantes dos governos central e provincial e altos quadros da Frelimo marcou os festejos.

A inauguração de um sistema de painéis solares, patrocinado pela HCB, na pequena e isolada aldeia de Cabulvacie a cerca de 30 km da Barragem de Cahora Bassa permitiu levar a elctricidade a cerca de 200 pessoas.

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Barragem de Cahora-Bassa - A Entrega - SIC - 27-11-2007:

 

Barragem de Cahora-Bassa - A Entrega - TVI - 27-11-2007:

Ver:   Barragem de Cahora Bassa

CAHORA BASSA - Antes e depois de 1975:

Como é do conhecimento geral a FRELIMO, durante a denominada "luta de libertação nacional" tudo fez para evitar a construção da Barragem de Cahora-Bassa, a quinta maior do mundo, obra que deveria ser orgulho dos portugueses, não só quanto à sua dimensão, como às circunstâncias que rodearam a sua construção.

Hoje, Cahora Bassa produz e transporta electricidade para  Moçambique, República da África do Sul, Zimbabué, Botsuana e, em breve, para o Malwi.

Na sua albufeira, com 270 km de comprimento e até 30 km de largura, são pescadas, diariamente,  toneladas de peixe.

Mais tarde, em 1986, em visita ao local, é descerrada por Samora Machel a placa cuja imagem apresentamos:

cabora_bassa12a_1                                                                                                   

A inscrição:

"Esta maravilhora obra humana do género humano constitui um verdadeiro hino à inteligência, um promotor do progresso, um orgulho para os empreiteiros, construtores e trabalhadores desta fantástica realização.

Cahora Bassa é a matriz do desenvolvimento do Moçambique independente. Os trabalhadores moçambicanos e portugueses, fratrenalmente, juntando o suor do seu trabalho e dedicação, garantem que este empreendimento sirva os interesses mais altos do desenvolvimento e prosperidade da R.P.M.

Moçambicanos e Portugueses consolidam aqui a unidade, a amizade e solidariedade cimentadas pelo aço e betão armado que produziu Cahora Bassa.

Que Cahora Bassa seja o símbolo do progresso, do entendimento entre os povos e da paz no mundo."

Samora Machel - Songo 17 de Setembro de 1986

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O último construtor do Império

Actualização em 30-11-2008:

In "EXPRESSO Assinantes":    A barragem do consenso:

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TRANSFERÊNCIA
Cahora Bassa entra para a Parpública

O Governo português pediu autorização ao Estado moçambicano para transferir os 15% que detém no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Esta possibilidade estava prevista no âmbito do acordo assinado em 2007 entre os dois países e que permitiu a reversão da barragem de Cahora Bassa para o Estado moçambicano há um ano, desde que fosse uma empresa portuguesa de capitais exclusivamente públicos. O Governo português manifestou já essa intenção ao Executivo de Maputo e foi iniciada a reavaliação em valores de mercado do valor da participação portuguesa na HCB, confirmou o ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete. Nos termos do acordo assinado a 27 de Novembro de 2007, Portugal recebeu 950 milhões de dólares de indemnização do investimento feito na barragem, bem como dos seus juros. Confrontado pelo Expresso, o administrador-executivo Fernando Marques da Costa não quis fazer qualquer comentário sobre a transferência da participação do Tesouro para a holding Parpública.

RECONSTRUÇÃO
Novecentas torres destruídas

Novecentas torres de distribuição de energia ao longo de 1500 quilómetros foram destruídas entre 1984 e 1996 pela guerrilha anti-Frelimo, de acordo com os dados fornecidos pelo ministro da Energia, Salvador Namburete. O responsável avalia em cerca de 130 milhões de dólares o investimento feito na reconstrução das torres e na reabilitação das linhas de transporte de energia. “A HCB nunca foi nacionalizada por ser central para o desenvolvimento do país”, afirmou Salvador Namburete. A infra-estrutura da barragem e central de geração e as linhas são propriedade do Estado moçambicano desde a independência, em 25 de Junho de 1975. “Mas o serviço de geração, transmissão e distribuição de energia tinha sido concessionado a uma empresa privada, a HCB. Uma sociedade que precisava de vender energia para reembolsar os empréstimos feitos para a construção”, salientou o ministro. Salvador Namburete relembra que “mesmo durante a ocupação colonial e a construção da barragem o Presidente Samora Machel nunca quis que a guerrilha da Frelimo atacasse Cahora Bassa”. Samora Machel tinha a noção clara de que a barragem era vital para o desenvolvimento futuro do país. Isto “contra outros partidários, que consideravam que a construção da barragem iria dificultar a travessia do rio Zambeze ao movimento de libertação”.

PONTOS FORTES

800 mil dólares por dia é o valor da electricidade gerada em Cahora Bassa

Cinco turbinas para uma potência de 2075 MW

300 milhões de dólares de receitas por ano

A barragem de Cahora Bassa, no rio Zambeze, é a maior obra de engenharia portuguesa fora de Portugal e o segundo maior aproveitamento hidroeléctrico do continente africano, depois de Assuão

A construção começou em 1969, no âmbito do Plano do Vale do Zambeze

Com 250 quilómetros de extensão e 38 de largura, a albufeira começou a encher em Dezembro de 1974, seis meses antes de Moçambique declarar a independência

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